Atravessas o tempo e respiro com o teu nome dentro.
Sempre, é conhecer-te desde o primeiro Maio.
É verdade que por vezes penso onde não estou,
no agridoce alargar de cada espera.
Hoje, para que saibas, foram quase minhas as tuas mãos.
Ouvia o murmurar de outras viagens sobre as nossas cabeças
e enquanto falavas estremecia para longe,
como as crianças fogem da casa onde são felizes
em destino aos castelos de mais ainda,
rumo a olhos com o vento dentro e vozes de caramelo.
Quando contornamos as horas com a cautela dos gatos,
uma voz silenciada infiltra as palavras desnecessárias.
Ei-la que murmura impossíveis noites e manhãs de sono,
uma dança em pleno dia ou serem de cada um as nossas mãos.
Uma voz que esvoaça e diz: É tão pouco, afinal, tudo o que falta.