Nestas margens da brisa ergo-me solitário.
Escorre chumbo líquido pela terra dourada,
a quente emoção do medo emerge do nada
e a miragem brilha no horizonte refractário.
Vagueiam turbilhões de calor e de poeira
vozes de areia onde perto algo rasteja
e o visível é incerto, talvez nem ali esteja,
sopra vento imperfeito em abismos sem beira.
Desolação da alma, respira-se demasiado
Meu coração rebenta, os sentidos em revolta
e sufoco no mundo morto largado à solta
que, solitário, prefiro viver condenado.
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